Mitos do Instante não é um livro sobre mitologia.

É um livro sobre gente comum enfrentando versões contemporâneas de dilemas eternos.

Em Dourados, Campo Grande, Bonito e cidades inventadas do Mato Grosso do Sul, personagens navegam pelos labirintos que construímos para nós mesmos: o piloto que não consegue mais pousar, a mulher que carrega o peso de sustentar uma família, o homem que transforma tudo que toca em números frios. São histórias sobre escolhas que fazemos quando ninguém está olhando e as consequências que carregamos quando todos estão.

Cada conto usa um mito grego como espelho — não como lição moral ou alegoria óbvia, mas como reconhecimento de que certas experiências humanas se repetem independentemente de época ou geografia. Orfeu ainda tenta trazer os mortos de volta. Sísifo ainda empurra sua pedra. Pandora ainda abre caixas que deveria deixar fechadas. A diferença é que agora eles dirigem caminhonetas, trabalham em farmácias ou pilotam ultraleves sobre o pantanal.

O Mato Grosso do Sul que emerge nestas páginas não é cartão-postal turístico nem cenário pitoresco. É lugar onde pessoas reais enfrentam versões particulares de problemas universais, onde o cerrado testemunha transformações silenciosas, onde cada cidade pequena guarda suas próprias versões dos mitos antigos..